As negociações do Palácio do Planalto para substituir a ministra Ideli Salvatti na Secretaria de Relações Institucionais agrada a bancada do PMDB na Câmara, segundo deputados.
Por orientação do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff tem discutido trocar Ideli pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) no comando das articulações com o Congresso Nacional.
Segundo um integrante do Planalto, Ideli já foi informada sobre a sua saída. Berzoini ocupou os ministérios da Previdência e do Trabalho na gestão de Lula (2003-2010). Na manhã de hoje, a ministra participou rapidamente de uma reunião na liderança do governo na Câmara, mas teria sido chamada por Dilma no Planalto. Segundo deputados peemedebistas, Berzoini tem mais trânsito. O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) chegou a alfinetar a presidente.
“O Palácio do Planalto não quis atender o PMDB da Câmara dando ministério, mas atendeu na retirada. A saída de Ideli foi para agradar o líder que não ia nas reuniões com ela desde o início. É uma maneira de distencionar [ a relação com a base], de procurar o diálogo”, disparou o peemedebista.
A mudança na articulação política ocorre depois de uma rebelião na base aliada da Câmara, liderada pelo PMDB, ter imposto derrotas ao governo e em meio à ameaça da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras.
A troca pode ocorrer até a próxima semana. A ideia do Planalto seria encaixar Ideli na Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Maria do Rosário, que volta à Câmara para poder disputar as eleições de outubro. Pela legislação eleitoral, o prazo final para a saída termina na próxima semana.
A reportagem apurou que Berzoini conversou com Ideli para tratar da pasta. Ele já teve encontros com a presidente Dilma Rousseff, onde teria sido sondado. Segundo petistas, Berzoini, que conta com o aval de Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, tem mais trânsito no Congresso.
A orientação da cúpula do PT seria reforçar os poderes da Secretaria, considerada hoje com pouca autonomia, e ainda conter insatisfações internas do Planalto, em especial de Dilma, em correntes petistas.
Nas negociações, o deputado teria indicado que aceitaria o convite e deixaria de concorrer à reeleição com a promessa de continuar no primeiro escalão em um eventual segundo mandato de Dilma. Entre as possibilidades, estaria ele ser indicado para o Ministério das Comunicações.
Fonte: TN Online