A Telefônica Brasil, dona da Vivo, anunciou lucro líquido de R$ 660,8 milhões no 1º trimestre do ano, queda de 18,4% ante o mesmo período de 2013. Na comparação com o quarto trimestre de 2013, quando apurou resultado de R$ 1,231 bilhão, a cifra é ainda menor, em 46,3%.
A administração explica que a queda no lucro do primeiro trimestre se deve principalmente ao menor Ebitda e às maiores despesas financeiras no período.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no período atingiu R$ 2,562 bilhões, o que representa recuo de 6,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2013. A margem Ebitda ficou em 29,8%, queda de 2,4 pontos porcentuais ante a de 32,1% no mesmo período do ano passado. A companhia também apresenta o critério recorrente para o Ebitda, segundo o qual a comparação com o intervalo de janeiro a março de 2013 aponta uma queda de 9,7% e na margem Ebitda, de 3,4 pontos porcentuais.
A justificativa para a queda no critério recorrente são “esforços de melhoria do desempenho do negócio fixo e aumentos da base móvel, intensificados a partir do segundo trimestre de 2013”. A receita líquida da operadora de telecomunicações somou R$ 8,611 bilhões, 0,7% maior que no primeiro trimestre de 2013.
O resultado financeiro líquido da Telefônica Vivo no trimestre foi uma despesa de R$ 88,3 milhões, 428,7% maior do que a de igual período do ano anterior, o que decorre do maior endividamento líquido. A dívida líquida ao final de março era de R$ 3,667 bilhões, 460% acima dos R$ 655,2 milhões em março de 2013. Investimento. O nível de investimentos da Telefônica Brasil cresceu no primeiro trimestre de 2014. O capex (do inglês capital expenditure) ficou em R$ 1,001 bilhão, aumento de 41,4% sobre o primeiro trimestre de 2013. Conforme o relatório de resultados, essa evolução já demonstra o patamar mais alto de investimentos previsto para o ano, com foco em expansão de fibra óptica residencial (FTTH) e cobertura 3G e 4G.
A Telefônica/Vivo elevou seu endividamento no primeiro trimestre de 2014. Por conta disso, o indicador de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda, passou de 0,06 vez em março de 2013 para 0,35 vez em março de 2014. Em dezembro, o indicador era de 0,17 vez.
A companhia chegou ao final de março com uma dívida líquida de R$ 3,667 bilhões, mais de 5 vezes superior a de R$ 655,2 milhões no final do primeiro trimestre de 2013, e o dobro na comparação com a posição de dezembro, quando a dívida líquida era de R$ 1,799 bilhão. Em relatório que acompanha o demonstrativo financeiro, a administração da companhia atribui a diferença ante o quarto trimestre de 2013 principalmente ao pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio no primeiro trimestre de 2014.
A dívida bruta ficou em R$ 8,562 bilhões, uma queda de 2,2% em relação ao quarto trimestre de 2013, relacionada a amortizações de principal de dívidas com o BNDES e o BNB, como explica o documento. Na comparação com março de 2013, o montante cresceu 11%. Do total do endividamento bruto, 15,7% é denominado em moeda estrangeira. A companhia ressalta que a exposição cambial da dívida está 100% coberta por operações de proteção cambial (hedge).
A geração de caixa operacional no período foi de R$ 1,271 bilhão, uma redução de R$ 990,4 milhões em relação ao primeiro trimestre de 2013, devido a pagamentos de Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), que em parte ocorrera no trimestre seguinte em 2013. Sem isso, a queda seria de 8%, explica o relatório.
Ante o quarto trimestre, a geração de caixa operacional caiu em R$ 1,283 bilhão, por conta dos pagamentos realizados aos órgãos reguladores, em março deste ano, enquanto o caixa aplicado em investimentos foi R$ 780,8 milhões superior, em virtude do maior volume de adições ao ativo imobilizado, justifica a administração.
Fonte: Estadão