Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (16), os funcionários da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) aprovaram por unanimidade o fim da greve iniciada há dez dias.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a montadora readmitiu os 800 trabalhadores da Unidade Anchieta demitidos no início do ano e eles voltarão ao trabalho na segunda-feira.
Os funcionários presentes na assembleia aprovaram também um acordo oferecido pela empresa que garante reajuste no salário de acordo com o índice de inflação em 2016.
Em 2015, os salários não serão reajustados desta forma, mas terão um abono, afirma o sindicato.
Em nota, a Volkswagen não cita a reintegração dos 800 funcionários, mas afirma que “vê com satisfação a aprovação do novo Acordo Coletivo”. Segundo a empresa, a redução do número de trabalhadores deve seguir por meio de outras medidas, como programas de demissão voluntária.
“O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro, e também “desterceirizações” temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, entre outras medidas”, diz a nota.
Setor cortou 12,4 mil vagas no ano passado
No ano passado, as montadoras cortaram 12,4 mil vagas, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Só entre novembro e dezembro, foram 1.500 cortes. O setor terminou 2014 com 144,6 mil trabalhadores empregados. Um ano antes, as montadoras empregavam 157 mil pessoas.
Os cortes aconteceram apesar de um acordo feito com o governo para manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em contrapartida, as montadoras se comprometeram a reduzir preços e não demitir funcionários.
O corte do IPI foi anunciado em maio de 2012, entre as medidas para tentar estimular a economia brasileira em meio à crise global. A proposta era que o governo, aos poucos, aumentaria o imposto, até retornar ao nível original. Isso, no entanto, foi sendo adiado sucessivamente e só aconteceu agora, no começo de 2015.
As montadoras alegam que foi cumprido o combinado, uma vez que os cortes foram gerados por programas de demissão voluntária, fechamento de vagas por aposentadoria, fim de contratos temporários e acordos com sindicatos.
A redução do imposto ajudou a manter as vendas de veículos em alta até 2012, mas, nos dois anos seguintes, o setor teve queda nas vendas. A expectativa é de que a tendência se mantenha em 2015.
Fonte: Uol