A IBM anunciou que pretende utilizar seu supercomputador Watson para prever quando terremotos e erupções vulcânicas ocorrerão. A técnica usaria modelos que simulam o fluxo do manto sob a superfície da Terra e os movimentos das placas tectônicas.
Como a lava vulcânica está em constante movimento e as lacunas entre as placas tectônicas não são uniformes, a equipe precisou fazer uma investigação profunda para criar o sistema. Os pesquisadores analisaram os sensores sísmicos na Terra e os emparelharam com teorias geológicas sobre movimentos tectônicos.
Foi a partir dos dados retirados dessa pesquisa inicial, que eles criaram o modelo matemático — que ainda não é capaz de fazer previsões de quando as catástrofes naturais podem acontecer. Contudo, ele já auxilia sismólogos e geólogos com a criação de um sistema mais completo, disse Costas Bekas, pesquisador da IBM, em entrevista ao site Quartz.
Devido à sua complexidade, o modelo precisou ser testado no Sequoia (o terceiro computador mais rápido do mundo), antes de poder ser utilizado futuramente no Watson.
Normalmente, um computador tradicional levaria três anos para entender o modelo criado pela IBM. No entanto, o Sequoia consegue descobrir o que acontece sob a superfície da Terra em um dia.
A equipe que criou o modelo é composta de cientistas de computação da IBM, pesquisadores da Universidade do Texas (EUA), da Universidade de Nova York (EUA) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA). Na semana passada, eles receberam o Bell Gordon, principal prêmio em supercomputação.
Por que o Watson?
Mas, se o Sequoia já conseguiu fazer o modelo rodar, por que a IBM quer utilizar o Watson? Dois fatores justificam a utilização do supercomputador. Primeiramente, com a proliferação de sensores conectados à internet, será possível multiplicar ainda mais os pontos de dados sísmicos para prever terremotos e erupções.
Segundo ponto: o Watson tem a capacidade de combinar trabalhos geológicos e pontos de informações de todos os sismógrafos do mundo com o sistema testado pelo Sequoia. Afinal, ele foi criado para entender a escrita humana e encontrar padrões em conjuntos de dados.
De acordo com Bekas, com a utilização do Watson, o sistema “aumentará profundamente a nossa compreensão dos processos geológicos que impulsionam desastres naturais”.
Além disso, a IBM quer mostrar para pessoas e empresas que investiram no Watson, que ele é capaz de fazer quase tudo — até prever o tempo. Segundo o Quartz, o supercomputador já recebeu um bilhão de dólares em investimentos desde a sua criação.
Fonte: Exame