Chaim Zaher esteve no centro de uma das maiores aquisições do ano, quando a Kroton comprou a Estácio em julho deste ano . Na época, ele era o maior acionista individual da Estácio e fazia parte do conselho de administração.
Agora, a poeira já se assentou e as duas companhias delimitaram os planos de integração. Mas Zaher, aos 62 anos, está bem longe da aposentadoria.
No final de outubro, o executivo e sua filha Thamila Cefali Zaher deixaram o conselho de administração da Estácio para se dedicar a outro projeto. A Concept, uma escola alternativa, desenvolvida de olho na elite brasileira.
O investimento em pesquisa, imóvel e construção da escola foi de cerca de R$ 150 milhões e partiu do próprio grupo, afirma Zaher.
As aulas começam no primeiro semestre de 2017 em Salvador, Bahia e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mesma cidade onde o Grupo SEB iniciou suas atividades, há quase 50 anos.
Em 2017, o objetivo é abrir mais duas unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para 2018, o plano é ainda mais ambicioso: chegar ao Vale do Silício, nos Estados Unidos.
“A ideia é construir um centro de aprendizado e troca”, afirmou Zaher. A base norte-americana servirá para que os alunos tenham contato com grandes companhias de tecnologia, startups e mentores.
Métodos lúdicos
A inspiração não veio apenas dos Estados Unidos. Os executivos visitaram oito países, como Suíça, Finlândia e Cingapura, para buscar novas ideias e conceitos para a nova escola.
A Concept tem uma parceria com a Fun Academy, uma instituição da universidade da Finlândia que desenvolve métodos lúdicos de educação. Dois professores finlandeses virão ao Brasil para passar conhecimentos e conceitos sobre o método.
Para Zaher, a ideia é que a escola Concept seja referência para todo o grupo SEB – e para o mercado de educação no Brasil.
A Concept é um terceiro modelo dentro do grupo SEB, que tem escolas de entrada e voltadas ao vestibular, como Dom Bosco e COC, e colégios premium, menores, bilíngues e voltadas para a troca de experiências, como o Pueri Domus.
Para incentivar o protagonismo dos alunos, cada unidade terá um laboratório chamado Espaço Maker, com ferramentas, impressora 3D e outros apetrechos para que cada um possa desenvolver projetos pessoais.
Os professores também passam por um processo rigoroso de seleção e treinamento. Eles trabalham em período integral, mas, ao invés de passar 40 horas dando aula, 10 horas por semana são dedicadas a treinamentos, preparação de aula e dicas sobre gestão. Além disso, falar inglês é essencial.
Fonte: Exame