Problemas no 737 Max levam a Boeing ao maior prejuízo da história

A fabricante de aeronaves Boeing apresentou prejuízo de US$ 2,94 bilhões no segundo trimestre de 2019, revertendo lucro de US$ 2,2 bilhões reportado no mesmo período de 2018. O desempenho da companhia foi especialmente afetado pelos problemas relacionados ao avião 737 Max, envolvido em acidentes fatais em outubro de 2018 e março de 2019.

Esta é a maior perda trimestral da história da companhia – maior até do que o prejuízo do segundo trimestre de 2009, de US$ 1,6 bilhão, em reflexo da crise econômica global.

A frota de 737 Max espalhada por companhias de todo o mundo está impedida de voar desde o último acidente, em 10 de março de 2019, na Etiópia. A companhia fez uma provisão de US$ 4,9 bilhões que podem ser pagos nos próximos anos para as companhias aéreas.

A receita foi especialmente afetada, com queda de 33%, para US$ 15,8 bilhões, com perdas de US$ 5,6 bilhões, segundo a companhia.

A receita da divisão comercial da Boeing caiu 66% para US$ 4,72 bilhões, com uma margem operacional negativa de 104%. O desempenho ruim se deve à queda no número de unidades entregues, que passaram de 194 no segundo trimestre de 2018 para 90 aeronaves no segundo trimestre de 2019.

O impacto da queda da divisão comercial e seu modelo 737 Max só não foi maior para a receita total da Boeing graças ao crescimento de 8% na receita do departamento de defesa, que chegou a US$ 6,6 bilhões. A margem operacional da divisão subiu 8,5 pontos percentuais para 14,7%.

O fluxo de caixa livre também foi afetado, ficando negativo em US$ 1 bilhão.

A empresa informou que vai revisar suas projeções para 2019, uma vez que as divulgadas anteriormente não “refletiam os impactos do 737 Max”. A data para novas projeções não foi divulgada. No comunicado de seus resultados, a empresa diz que trabalha com o a Administração Federal de Aviação (FAA) para aprovar certificações e garantir segurança do 737 Max.

Por volta das 10h20, as ações da companhia operavam em queda no pré-mercado da bolsa de NY.

Fonte: Valor Econômico