Bolsa volta a cair depois de bater recorde, na contramão de Nova York

Depois de bater novo recorde histórico na véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou o pregão desta sexta-feira (15/12) em queda, em meio às votações no Congresso da reforma tributária e o fim do silêncio obrigatório dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que acabou arrefecendo os ânimos dos operadores e deixou o mercado meio dividido sobre o número de cortes nos juros o Fed fará em 2024.

O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, encerrou o dia no vermelho, na contramão das bolsas norte-americanas, que fecharam no azul. O Índice Dow Jones, continuou em alta e registrou nova máxima histórica pelo segundo pregão seguido, com variação de 0,15%. A Nasdaq, das empresas de tecnologia, avançou 0,35% pontos.

Após encerrar a quinta-feira em 130.842 pontos, o IBovespa chegou a atingir nova máxima de 131.661 pontos (alta de 0,63%), mas fechou em queda de 0,49%, a 130.197 pontos. O volume de negócios girou em torno de R$ 31 bilhões. Na semana, a alta acumulada foi de 2,44%, no ano, de 18,65%. As ações das redes varejistas Casas Bahia e Magazine Luiza lideraram as quedas do dia, com desvalorizações de 10,64% e 9,05%, respectivamente.

O dólar, por sua vez, operou em alta no mercado externo diante da maioria das moedas, tanto que o índice DXY registrou variação de 0,58%, a 102.550 pontos. Aqui no Brasil, a divisa norte-americana encerrou o dia cotado a R$ 4,937 para a venda – alta de 0,45% em relação à véspera.

“Houve declarações mais duras dos dirigentes do Fed e alguns disseram que não estão pensando em derrubar muito os juros e mantiveram o número de cortes em apenas dois”, explicou o economista-chefe da G5 Partners, Luis Leal. “A B3 subiu mais nos dois últimos dois dias por conta do Fed, e, hoje, está caindo por conta do Fed também”, acrescentou.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, lembrou que os investidores estrangeiros se movimentaram menos hoje. “O Brasil ainda teve a reforma tributária (aprovada em primeiro turno na Câmara depois do fechamento do IBovespa), mas, mesmo assim, a B3 teve um fechamento negativo. Acho que, a médio prazo, o impacto será posteivo”, acrescentou. Ele lembrou que, como estamos próximos do fim do ano, o volume de negócios continua baixo.

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