‘Abin paralela’: governo exonera delegado investigado por espionagem

O delegado da Polícia Federal Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho foi exonerado da função de coordenador de Aviação Operacional nesta sexta-feira (26/1). Ele é investigado por fazer parte de um esquema de espionagem irregular na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Na época em que Alexandre Ramagem era diretor-geral da Agência, Carlos atuava como secretário de Planejamento e Gestão. Ramagem, que hoje é deputado federal do Rio de Janeiro, é um dos alvos da operação que apura possível organização criminosa que teria se instalado na Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.

A exoneração de Carlos Afonso foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (26/1).

Segundo a Polícia Federal, o grupo, formado por policiais federais e servidores da Abin, usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

A ação é uma continuidade da operação Última Milha, deflagrada no ano passado. Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências executadas à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.

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