Como será o aeroporto do futuro? Veja 5 inovações que vão mudar sua viagem

Imagine que estamos no ano de 2030 e você está indo para o aeroporto pegar um voo. Ao chegar no terminal, você entra em uma scooter semelhante a um patinete elétrico que servirá como seu veículo pessoal no terminal.

Ele escaneia os dados do seu telefone para determinar o número do seu portão e entra e sai de enormes bancos de elevadores – sem escadas rolantes – para se deslocar entre os andares de check-in e segurança.

Durante o trajeto, uma máquina escaneia seu rosto para verificar sua identidade e o direciona para um túnel de segurança individual, onde você faz o check-in automático de sua bagagem.

Nada disso é ficção científica. Dentro de seis anos, a empresa de arquitetura Gensler afirma que instalará um protótipo desse tipo em um grande aeroporto americano, incluindo todos os recursos acima.

– Os aeroportos estão começando a mudar para a autonomia – diz Ty Osbaugh, que está à frente do projeto como líder do setor de cidades globais da Gensler.

A inovação nos aeroportos está acontecendo mais rapidamente do que pensamos, acrescenta Osbaugh, prevendo um foco no autoatendimento, em linha com um novo estilo de vida de acordo com um estilo de vida que prioriza a digitalização às interações na vida real.

Veja, abaixo, cinco inovações que já são adotadas em alguns terminais e estão em vias de chegar a outros aeroportos

Minimanicures robôs fazem a unha em 10 minutos

Como funciona: Se você já passou pelas lojas XpresSpa em aeroportos de todo o mundo e se perguntou quem chega ao aeroporto cedo o suficiente para fazer as unhas, saiba que essas lojas estão agora entre os poucos fornecedores mundiais de “minimanicures” robóticas que levam apenas 10 minutos.

Os tratamentos são feitos com a ajuda de uma máquina futurista alimentada por inteligência artificial que se parece com uma impressora 3D. Siga as instruções em uma tela integrada para escolher entre várias dezenas de cores; ela lhe dirá onde colocar os dedos para que possa revestir perfeitamente suas unhas, uma a uma.

Onde está disponível: JFK, Las Vegas, Aeroporto Internacional de Miami, Denver e Aeroporto Will Rogers World, em Oklahoma City

Onde será o próximo: Ainda a ser anunciado

Horários de filas de segurança pré-agendados

Como funciona: Você conhece o procedimento: faça uma reserva em um restaurante e (teoricamente) você não terá que esperar no bar. O mesmo vale agora para as filas de segurança dos aeroportos, com vários terminais fazendo reservas on-line para ajudá-lo a evitar as filas dos pontos de verificação.

Os detalhes variam: alguns aeroportos permitem que você faça a reserva três dias antes do voo, outros abrem as reservas com uma semana de antecedência. A maioria oferece janelas de chegada que duram de 20 a 30 minutos, permitindo que você tenha uma margem de tolerância para atrasos.

O maior provedor desse serviço é a Clear: ela oferece pré-reserva gratuita para o público em geral por meio de seu programa ‘Reserve em 20 locais’ na América do Norte e na Europa; Barcelona e Málaga oferecerão esse serviço em breve.

Alguns aeroportos estão implementando seus próprios serviços, incluindo o Aeroporto Internacional Pearson de Toronto, o Aeroporto Internacional de Denver e o Heathrow, de Londres, que em outubro iniciou um programa-piloto de seis meses para viajantes que voam a partir do Terminal 3.

O Schiphol, de Amsterdã, é um dos primeiros aeroportos a medir a demanda por esse serviço: registrou 500 mil reservas para triagem de segurança nos primeiros cinco meses em que foi oferecido, de março a agosto de 2023.

Onde está disponível: Cerca de duas dúzias de aeroportos americanos e europeus, como Schipol (Amsterdã), Heathrow (Londres), Aeroporto Internacional de Los Angeles e Cingapura.

Onde será o próximo: Aeroporto de Barcelona-El Prat e Aeroporto de Malagá-Costa del Sol

Cadeiras de rodas autônomas

Como funciona: Com o aumento da demanda por acessibilidade nos aeroportos, as companhias aéreas precisam ampliar seus serviços a esse público. A startup DAAV, sediada na Suíça, projetou uma cadeira de rodas leve, robótica e elétrica especificamente para uso em aeroportos.

Ela escaneia seu cartão de embarque móvel para saber para onde você está indo. Ou deixa que um acompanhante indique o caminho escolhendo a função “follow me” (siga-me) em um touchpad integrado.

Suas proporções reduzidas permitem que ela se encaixe em espaços apertados, como as filas de segurança; e o sentido de direção omnidirecional facilita a navegação em multidões. Espera-se que um projeto-piloto seja iniciado em Zurique até o fim deste ano.

A empresa japonesa de mobilidade Whill tem trabalhado com a Panasonic para desenvolver cadeiras de rodas autônomas pelo menos desde 2017. Você já pode encontrar esses modelos em alguns aeroportos nos EUA e no Japão, como Savannah e Haneda.

Onde está disponível: Aeroporto Internacional de Kansai (Japão), Aeroporto Internacional de Narita (Japão), Aeroporto Internacional de Savannah/Hilton Head (EUA), Aeroporto de Haneda (Japão) e Aeroporto Internacional Winnipeg Richardson (EUA)

Onde será o próximo: Aeroporto de Zurique

Reconhecimento facial

Como funciona: O processo de etiquetagem e o despacho de bagagens despachadas pode ser feito por um simples escaneamento facial, assim como a verificação de sua identidade antes da checagem de segurança. Isso significa que não será mais necessário mostrar seu documento de identidade e cartão de embarque aos agentes nos balcões e na frente das filas de segurança.

Em vez disso, você sorrirá para uma pequena câmera, como se estivesse tirando uma foto de identificação em um escritório corporativo, e o software da companhia aérea escaneará a imagem para confirmar sua identidade em seu banco de dados.

Onde está disponível: Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson de Atlanta (EUA), Aeroporto Metropolitano de Detroit Wayne County (EUA), Aeroporto Internacional John F. Kennedy e LaGuardia, em Nova York, Aeroporto Internacional de Los Angeles, Aeroporto Internacional de Dubai, Aeroporto Internacional de Pequim e Aeroporto de Frankfurt.

Onde será o próximo: Aeroporto Changi, de Cingapura.

Triagem de segurança por autoatendimento

Como funciona: Imagine passar pelo processo de triagem sem precisar interagir com um agente de segurança. Você será observado por vídeo. Em breve, os viajantes que partirem do Aeroporto Internacional de Las Vegas, desde que tenham recebido antes uma pré-autorização do sistema TSA, usado nos EUA para os cidadãos nacionais e algumas nacionalidades selecionadas.

O Departamento de Segurança Interna e o TSA confirmaram com exclusividade à Bloomberg que um programa-piloto será lançado no início de março.

Os viajantes acessarão as pistas de autoatendimento por meio das filas do TSA PreCheck; a verificação digital da identidade abrirá os portões de acesso a elas. Seus movimentos serão monitorados remotamente à medida que você for rastreado por câmeras que funcionam como detectores de metal.

Como em um supermercado, você coloca seus itens – sua bagagem de mão e seu telefone, por exemplo – na esteira transportadora. Se algo for detectado em seus bolsos, uma tela de vídeo – que funciona quase como um espelho – mostrará onde está.

Quando tudo estiver ok, você verá um aviso verde e as portas de saída automatizadas se abrirão e permitirão que você saia para encontrar seu portão de embarque. Se for necessária uma inspeção adicional, um aviso vermelho aparecerá e você será submetido a uma triagem adicional por um agente da TSA. As instruções são projetadas em tempo real; um botão de ajuda pode chamar um funcionário se for necessária assistência ao vivo.

Como acontece com a maioria das novas tecnologias, isso será inicialmente opcional – uma experiência nova para os primeiros usuários – em vez de substituir sistemas familiares de uma só vez. E mesmo que pareça algo de um futuro distante, os engenheiros por trás disso já estão trabalhando arduamente em uma versão ainda mais avançada.

Onde está chegando: Aeroporto Internacional Harry Reid, de Las Vegas

O que motiva essas inovaçoes

Há uma justificativa comercial para tudo isso que vai muito além da conveniência e da modernização. À medida que os terminais dos aeroportos se alongam para acomodar aviões maiores – que precisam de espaços mais amplos entre os portões para poderem entrar e sair das vagas de estacionamento -, as companhias aéreas perceberam que os passageiros estão tendo dificuldades para chegar a seus portões a tempo, o que resulta na perda de voos e conexões.

Os aprimoramentos tecnológicos podem ajudar os passageiros a chegar aos portões de embarque a tempo – e a fazer conexões rápidas – tornando as operações das empresas aéreas mais tranquilas e eficientes. Osbaugh diz que essas inovações acabarão se tornando uma prática padrão no setor.

A atualização de um terminal de aeroporto existente é um trabalho demorado e caro, que geralmente custa centenas de milhões de dólares – e às vezes bilhões, como no caso dos aeroportos da área de Nova York, Newark International e LaGuardia, que inauguraram suas instalações no ano passado após grandes reformas.

O ponto mais sensível de todas as inovações é o que diz respeito à segurança. Osbaugh acredita que, num futuro mais distante, a triagem de segurança poderá ocorrer antes mesmo de você chegar ao aeroporto – em um carro inteligente especialmente projetado para buscá-lo em casa. Mas isso ainda vai levar algum tempo.