Desembargador defende o uso de IA no Judiciário, mas sem que substitua o magistrado

O desembargador Gilberto Barbosa, presidente do Colegio Permanente de Corregedoras e Corregedores-Gerais dos Tribunais de Justica do Brasil (CCOGE), defende o uso da inteligência artificial (IA) por parte do Poder Judiciário. Na opinião dele, a ferramenta é “muito importante” e “ajuda bastante”, mas que é preciso responsabilidade para usá-la.

“Nós temos ferramentas lá no nosso Poder Judiciário, em que pese ser da região Norte, isso me orgulha bastante, o estado de Rondônia, com um Judiciário pequeno, nós temos um sistema de ferramentas tecnológicas muito avançado. […] Ela é muito importante, sim, mas é preciso que o magistrado também aprenda a trabalhar com essa ferramenta”, explicou o magistrado.

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Barbosa comenta que, para ele, para certos tipos de processo, como execução fiscal — que visa cobrar dívidas do governo — e outras demandas que não “demandam maior complexidade”, o uso da IA é “extraordinariamente positivo”. Ele explica que a ferramenta trouxe celeridade ao processo jurisdicional, sendo necessário enxergá-la como “suporte para uma atuação ou para uma prestação”, mas sem que substitua o magistrado.

O desembargador, porém, ressalta a necessidade da humanização do juiz que utilizar a ferramenta. “É preciso que o judiciário não perca a sua humanização. Precisa ser humanizado”.

“Imagina uma demanda de família, que tem que olhar o caso concreto, ver a situação daquela família, de criança, coisas dessa natureza. Eu penso, posso estar muito equivocado, que jamais esse olhar humano vai se conseguir através da tecnologia”, comentou Barbosa.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro