Um computador que entende o que você diz, sistemas que aprendem seus gostos e passam a tomar decisões autônomas. Tem gente que se assusta; será que é mesmo o caso? A inteligência artificial é a área da computação que desenvolve máquinas capazes – muitas vezes – de resolver os mesmos problemas que nós, seres humanos. Mas, às vezes, até melhor e mais rápido do que a gente.
Não é preciso muita extravagância para dar exemplos. As curiosas adivinhações de Google e Facebook; as assistentes virtuais como a Siri e a Cortana; diversos jogos eletrônicos e até o popular navegador GPS que a gente já não vive mais sem têm um “quê” de inteligência artificial. Uma área que entrou de cabeça na inteligência artificial foi a dos transportes com seus carros autônomos em teste. A promessa é boa: em um futuro ainda um pouco longínquo – veremos o fim do trânsito caótico nas grandes metrópoles.
A inteligência artificial pode ser aplicada em inúmeras áreas. E como qualquer solução, pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. No livro “Smarter Than Us” (em tradução livre: Mais Inteligentes do que Nós), o professor Stuart Armstrong, da Universidade de Oxford, defende que a inteligência artificial é muito mais ameaçadora do que imaginamos. Ele cita, por exemplo, um computador capaz de roubar milhões no mercado financeiro ou controlar arbitrariamente arsenais bélicos.
O mesmo pesquisador, em um estudo que aponta os principais riscos que ameaçam a raça humana na Terra, calcula que a inteligência artificial tem até 10% de chances de nos dominar e acabar com o Mundo. Parece exagero, mas tem quem realmente acredite e defenda a hipótese. A probabilidade seria bem maior do que as calculadas para uma guerra nuclear ou para as mudanças climáticas.
Pouco tempo atrás, o físico Stephen Hawking também disse que “uma inteligência artificial bem sucedida seria o maior evento da história humana. Infelizmente, também poderia ser o último.”
Com capacidades de concentração, paciência, velocidade de processamento e memória superiores às humanas, máquinas com inteligência artificial poderiam realmente controlar o mundo. Outro grande risco é que, apesar de essas máquinas poderem tomar decisões, elas não têm qualquer noção de moral. Para não sair do controle, equipamentos com Inteligência Artificial precisariam ter consciência, ou seja, saber as consequências de suas decisões… Mas, ao que tudo indica, a gente ainda está bem longe de tudo isso.
E você, em qual vertente aposta? Seremos dominados ou viveremos pacificamente com máquinas inteligentes entre nós? Algum tempo atrás, quando o Google comprou a DeepMind, uma empresa de Inteligência Artificial baseada na neurociência, as duas empresas criaram um conselho de ética e segurança para garantir que essas tecnologias sejam desenvolvidas sem oferecer qualquer risco aos seres humanos. Essa é uma história que ainda vai ter muitos capítulos emocionantes pela frente.
Fonte: Olhar Digital