Alstom estuda oferta da GE, mas deixa porta aberta para Siemens

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O grupo francês de engenharia Alstom afirmou nesta quarta-feira que vai estudar a oferta de 16,9 bilhões de dólares feita pela General Electric (GE) por sua divisão de energia, mas deixou a porta aberta para uma proposta rival da alemã Siemens.

A Alstom deu à Siemens até o fim de maio para fazer uma proposta, após o governo do presidente francês François Hollande ter manifestado contrariedade sobre os avanços da GE na semana passada. O governo francês insiste que qualquer operação deve preservar os empregos da Alstom e assegurar a independência energética da França.

Ainda assim, a GE continua na frente na corrida pelos ativos da Alstom, que impulsionariam a posição do conglomerado norte-americano na produção de turbinas de energia e tecnologia para redes de distribuição de eletricidade.

“Estamos prontos para discutir alianças, não uma absorção. Preferimos uma aliança de iguais”, disse o ministro da Economia da França, Arnaud Montebourg, citando uma joint venture de 40 anos da GE com a francesa Safran como bom exemplo de cooperação franco-americana.

A GE informou que sua oferta pela Alstom toda em dinheiro pelos negócios de termoeletricidade, energia renovável e redes de energia é baseada em um valor para a empresa de 13,5 bilhões de dólares e 3,4 bilhões de dólares em caixa líquido. A oferta é equivalente a 7,9 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

Os ativos de energia da Alstom são responsáveis por cerca de 70 por cento do faturamento anual do grupo, que foi de 20,3 bilhões de euros (28 bilhões de dólares) em 2013.

Considerada por muitos analistas como muito pequena para sobreviver sozinha no setor de energia, a Alstom afirmou que um acordo com a GE poderia permitir ao grupo se reconcentrar em transportes, atividade que inclui a produção de trens de alta velocidade.

O presidente da GE, Jeff Immelt, afirmou que negociações com o governo francês sobre a oferta pelos ativos da Alstom têm sido produtivas e expressou confiança em um acordo.

“Achamos que temos uma boa proposta e que será executada”, disse Immelt a jornalistas, em Paris. “Achamos que o nível de emprego na França vai crescer ao redor dos ativos da Alstom.”

A Alstom foi resgatada pelo governo francês em 2004 e depende fortemente de encomendas do operador de trens da França SNCF e da empresa de energia elétrica EDF. A companhia emprega 18 mil funcionários na França, metade deles na área de energia. No mundo, o grupo tem 93 mil funcionários.

Fonte: Reuters