Facebook terá de entregar dados de usuários à BBom

facebookO Facebook foi condenado a entregar à Embrasystem, dona da marca BBom, dados sobre usuários que criticaram o negócio, parcialmente bloqueado ante acusação de ser uma pirâmide financeira. A rede social, entretanto, foi liberada de ter de apagar os conteúdos.

A Embrasystem processou o Facebook em julho de 2013, época em que já circulavam informações de que a BBom estava sob investigação do Ministério Público Federal em Goiás. As publicações questionadas, feitas em dois perfis e duas páginas, acusam o negócio de ser um golpe e divulgam informações seus responsáveis. 

Embora a informação que faz parte das postagens seja de “qualidade duvidosa”, segundo a juíza Maria Dias, responsável pela decisão, a BBom não comprovou que “fosse inquestionavelmente falsa.”

A juíza ainda afirmou que, se os argumentos da BBom fossem totalmente aceitos, “ninguém estaria apto a comentar a sua atuação em sociedade, sem que antes existisse um prévio processo inquisitorial.”

O Facebook, então, foi condenado a apenas entregar os dados dos usuários, que poderão ser processados pela BBom.

A juíza já havia dado uma decisão provisória obrigando a rede social a fornecer os dados. Segundo uma fonte com conhecimento do processo, entretanto, isso não ocorreu até agora.

Empresa se apresenta como marketing multinível

Lançada no começo de 2013, a BBom é apresentada como um negócio de marketing multinível criado pela Embrasystem para alavancar as vendas de assinaturas de serviços de rastreamento de veículos.

O público era chamado a participar com promessas de lucros expressivos – carros luxuosos como Lamborghini e Mercedes-Benz eram oferecidos como prêmio aos melhores associados.

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e em São Paulo, entretanto, afirmam que o negócio se sustenta das taxas de adesão de R$ 600 a R$ 3 mil cobradas dos associados, e não do serviço de monitoramento.

Bloqueada totalmente em julho de 2013, a BBom obteve uma liberação parcial em novembro do mesmo ano. Em maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) levantou, também parcialmente, o congelamento de bens da empresa, e questionou o processo.

Fonte: Ig