Smartphones do Google com tecnologia de sensores 3D de última geração estão prestes a entrar em órbita, onde se tornarão os cérebros e os olhos de robôs flutuantes na Estação Espacial Internacional.
A Nasa, agência espacial norte-americana, planeja usar os aparelhos para aumentar a capacidade de seus satélites Spheres, que poderão eventualmente assumir tarefas diárias de astronautas ou até lidar com tarefas arriscadas fora da nave.
Os celulares, parte da iniciativa de realidade aumentada do Google chamada de Projeto Tango, estarão a bordo de uma nave especial de carga que deve ser lançada no dia 11 de julho.
Inspirados em uma cena do filme Star Wars na qual Luke Skywalker treina com um globo flutuante, os robôs em formato redondo e do tamanho de uma bola de futebol podem ser guiados pelo interior da estação espacial em microgravidade, movidos por pequenas explosões de CO2 a cerca de uma polegada por segundo.
Quando a Nasa enviou os Spheres à estação espacial em 2006, eles eram capazes de realizar movimentos precisos, mas pouco além disso. Em 2010, engenheiros do Centro de Pesquisas Ames da Nasa em Mountain View, na Califórnia, buscaram maneiras de tornar os dispositivos mais inteligentes.
“Queríamos acrescentar comunicação, câmera, aumentar a capacidade de processamento, acelerômetros e outros sensores. Conforme quebrávamos a cabeça pensando no que fazer, nos demos conta de que a resposta estava em nossas mãos”, disse à Reuters o gerente do projeto Smart Spheres, Chris Provencher, em uma entrevista na semana passada. “Vamos usar smartphones.”
Eles compraram celulares na varejista Best Buy e alteraram os aparelhos, adicionando baterias adicionais e displays à prova de choque antes de enviá-los para a estação espacial, onde astronautas usaram velcro para anexá-los ao lado dos Spheres.
A investida deu aos robôs novos sensores e capacidades visuais, mas ainda não o suficiente para que se movessem pela estação tão facilmente como os engenheiros queriam.
Procurando melhorar os robôs, a Nasa recentemente se voltou para os smartphones experimentais criados pelo Google para incentivar a inovação, em seu impulso rumo a dispositivos móveis de consumo com sensibilidade espacial.
Fonte: Reuters